Os Veículos Urbanos de Carga (VUCs) foram liberados ontem pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para trafegar em horários de pico no centro expandido. Isso significa que cerca de 24 mil caminhões de pequeno porte poderão abastecer diariamente pontos comerciais a qualquer hora do dia na Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC).
Antes da liberação, os VUCs só podiam trafegar pela região das 10h às 16h. A partir de agora, esse tipo de veículo terá apenas de obedecer ao mesmo rodízio destinado aos carros. No cadastro da Companhia Engenharia de Tráfego (CET), há 30.914 VUCs – 20% devem ficar fora das ruas todos os dias por causa do rodízio.
Para trafegarem na ZMRC, os VUCs deverão ter um cadastro na Secretaria Municipal de Transportes (SMT). A inscrição pode ser feita pelo site da pasta. Os veículos já inscritos já podem trafegar. Quem não estiver regularizado e for flagrado será autuado por infração média: multa de R$ 85,13 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A liberação ocorre pouco mais de dois meses depois da restrição de caminhões na Marginal do Tietê. Nos bastidores, a informação é de que a medida é uma contrapartida para aplacar a fúria das empresas de transporte, que chegaram a interromper o abastecimento de combustíveis da capital.
O prefeito nega. Segundo Kassab, a ação integra um “processo muito bem desenvolvido, que visa a melhorar o trânsito e o abastecimento da cidade”.
A CET, no entanto, informou que a liberação ocorreu após a elaboração de pesquisa sobre os efeitos da medida. “O estudo indicou que, com a restrição na Marginal do Pinheiros, em vigor desde 2010, e a extensão da proibição para a Marginal do Tietê neste ano, a liberação dos VUCs seria possível e não traria aumento significativo ao trânsito”, afirma nota da CET.
Rodízio
O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo (Setcesp) comemorou a liberação da restrição dos VUCs. Mas atribuiu a decisão à pressão feita pelo setor. “Fiquei oito meses no pé dele (do prefeito Gilberto Kassab)”, disse o presidente do sindicato, Francisco Pelúcio.
A liberação, no entanto, não é tida como vitória absoluta. “Ainda queremos que os VUCs sejam liberados do rodízio”, afirma.
Para ele, as empresas que têm entregas para fazer no centro “dão um jeito” de cumprir os contratos. “A única preocupação é mandar o caminhão certo para fazer o frete, um que não esteja na placa do dia. O rodízio não tem efeito.” Pelúcio diz também que a liberação não deve fazer a frota da cidade crescer.
http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/vucs-sao-liberados-no-centro-expandido-de-sao-paulo/
